Em um bate-papo bem descontraído, o empresário discorreu amplamente, sobre sua história de vida, superações e o racismo.
Como foi a sua infância?
R: "Minha infância foi muito marcante, posso lembrar da fase em que eu tinha 2, 3 anos de idade! Pensa em um cara feliz! Tive uma mãe sensacional, uma família espetacular, meu brinquedo era um carrinho de boi puxado por rato, eu adorava a minha vida, e continuo adorando, minha infância não passou, pois me vejo com a mesma mentalidade dos meus sete anos. Portanto tive uma infância sensacional que dura sessenta e cinco anos! Rsrs".
Quais foram os seus maiores desafios?
R: Para mim todos os dias temos um novo desafio, seja menor ou maior, são desafios diários. Não acredito em tempos difíceis e nem em problemas maiores que o ser humano, na minha visão quem cria o problema é o ser humano. Logo, penso que não existe um desafio tão extraordinário que supere o criador do desafio que é a própria pessoa.
O que você sente quando o assunto é a sua mãe?
R: Ah, eu me sinto no colo, protegido, guiado, direcionado, eternizado do lado de uma pessoa que me ama e que é imortal, com certeza serei protegido assim a vida inteira! Toda vez que falo da minha mãe me sinto um ser privilegiado!
Como é para você ter se tornado um empresário de sucesso após ter sido catador de latinhas?
R: Para mim, ser empresário ou catador de latinhas é algo muito relativo, eu costumo dizer que se for por uma questão material a referência que eu tenho entre catar latinhas e ter uma empresa grande de reciclagem, se bem que uma coisa não está diretamente ligada a outra, já que quando eu catava latinha era uma outra fase, a empresa de reciclagem aconteceu lá na frente por um acidente de percurso, então na realidade se eu for fazer uma comparação o meu sentimento é que mudou o tamanho da lata!
Qual ou quais as dicas que você dá para quem se encontra perdido e sem saber o que fazer profissionalmente?
R: Seja lá qual for o problema que você tenha ele é menor que você, eu acho que o grande resolvedor de problemas é você, portanto, se você olhar pra dentro de si irá achar solução, vai achar caixinhas que têm armazenadas informações, conhecimentos, bagagens, experiências, mas acima de tudo, se você tiver despertado ali o seu senso de humildade, você vai ver que qualquer que seja a sua situação é menos complicada que a situação de muita gente do planeta, então se você acha que a pessoa está perdida, olha para dentro e vê que a sua situação não é tão complicada assim. Daí a hora que você entende e põe em exercício que você é um ser especial, que tem potencial, que tem ferramentas mental e espiritualmente para resolver o seu problema, você sai sozinho dessa fase. Não espere que alguém faça, olhe para dentro de si e use as ferramentas que você tem e vai para a próxima fase, para quem está perdido a melhor maneira de se encontrar é olhar para si mesmo.
O que você pensa sobre o racismo? Qual ou quais são as soluções para a erradicação desse mal?
R: Racismo, preconceito, intolerância, discriminação, isso não tem como erradicar, isso é uma fraqueza humana, enquanto existir o ser humano vai haver alguém se sentindo maior e alguém, infelizmente, se achando menor. No meu ponto de vista, você só vai se sentir discriminado quando você se sentir fraco, porque na realidade quem está praticando o ato de preconceito que é fraco, ele está fazendo isso para se sobrepor ao outro, não existe maior ou menor, somos semelhantes. É fundamental que você não se deixe abalar emocionalmente por isso, existe leis, normas. A questão é que nos bastidores algumas pessoas são cruéis e neste contexto a pessoa precisa estar emocionalmente pronta para lidar com a fraqueza de quem a ataca, e pronto para ajudar a fraqueza de quem aceita que está fraco. Eu não tenho a fraqueza de aceitar e não tenho a prepotência de atacar, então para mim racismo, discriminação e preconceito não funciona, não me atinge. Na minha concepção toda vez que você fortalecer o ser humano emocionalmente, ele vai estar preparado para lidar com isso, já que a meu ver, isso vai acontecer a vida inteira, uma vez que você não tem como controlar o que existe dentro do outro, o que o outro pensa, você tem como lidar com isso sem sofrer, é o que eu faço, eu tiro de letra, não potencializo os fracos que atacam e ajudo os frágeis que se sentem menores com isso, procuro ajudar as pessoas a se sentirem fortes, nunca menores.
Quais as suas páginas para quem deseja conhecer mais sobre os seus trabalhos?
Instagram: @geraldoarufino Youtube: @geraldorufino
Considerações finais?
R: Toda vez que eu bato um papo, que eu quero passar para as pessoas, eu digo, sou um brasileiro, um ser humano voltado a fazer com que os outros percebam que a vida é bela, que somos privilegiados, que nós somos mau agradecidos, que nós precisamos agradecer mais, reforçar a espiritualidade, a esperança, o relacionamento, voltar para a base que é a família, melhorar as conexões, olhar para dentro quando você achar que está faltando alguma coisa e se encontrar consigo mesmo, subir um degrau, levantar a cabeça, se motivar a partir do privilégio de mais um dia, esticar a mão e trazer mais alguém de modo a fazer com que tenhamos um mundo mais humanizado a partir de nossas atitudes, se cada um de nós começar a se transformar e se inovar com certeza nós vamos utilizar melhor a máquina, a inovação tecnológica, para servir, fortalecer, para atender as pessoas, para sermos mais mãe, mais protetora, mais guia, mais cuidador do outro ser humano. Aliás, eu quero que as mulheres entendam isso, pois penso que, as mulheres são os mensageiros desse novo normal, a mulher tem sensibilidade, grandeza humana, a mulher é criadora, nós somos criaturas, elas possuem uma capacidade gigante para nos ensinar a reencontrar o caminho da humanização, da família, da base, dos valores, da espiritualidade, do “Deus” que está dentro de cada um de nós, espero que as pessoas olhem para dentro e se tornem um ser humano melhor.
Sobre:
Geraldo Rufino iniciou sua vida profissional trabalhando como catador de lixo reciclável e, depois de montar diversos negócios e quebrar algumas vezes, voltou às origens e fundou a primeira e maior empresa de reciclagem de peças de caminhões do Brasil e da América Latina, a JR Diesel. Atua como palestrante pelo Brasil e é autor do livro O catador de sonhos, também publicado pela Editora Gente.